Sul da Patagônia - Parte II

Tours que você pode realizar


Circuitos Paine





















Comece sua aventura fazendo uma travessia numa mata chuvosa, onde encontrará uma zona de piquenique e uma laguna. Depois de um curto descanso, suba até chegar -depois de superar uma forte inclinação- à cima do morro Bandera. Desde a marca de pedras do cume você terá uma posição privilegiada para ver todo o Canal Beagle e Puerto Williams. Depois de quatro ou cinco horas de caminhada, é possível chegar à laguna Del Salto, o primeiro lugar de camping na expedição.

A segunda jornada vai ter como objetivo a Laguna Escondida, à qual se chega depois de cruzar o Passo Austrália e o Passo Navarino. Quando há bom clima é possível observar o Cabo de Hornos.

O terceiro dia vai levar você aos passos Ventarrón (ate bem seus lentes e chapéu, as lufadas são imprevisíveis) e Guerrico, acampando numa zona onde é possível ver castores introduzidos.

Durante a quarta jornada, conquiste a zona mais alta do Navarino e o escultural trabalho realizado pelo vento no passo Virginia, tomando cuidado para não caminhar pela neve ou nas bordas. Depois de passar uma noite seguro na mata, finalize a excursão com uma caminhada por pradeiras, matas altas, turbas e pastarias com destino ao Canal Beagle e ao caminho de rípio que leva de volta a Puerto Williams.

Como chegar:

De ônibus:
Desde Puerto Natales saem omnibuses às 07:30 e às 14:30. Em novembro, março e abril saem omnibuses somente no horário da manhã.
 De Carro:


Existem dois caminhos desde Puerto Natales que permitem fazer o circuito completo. O caminho mais conhecido tem 154 km (60 são pavimentados) e chega às portarias Sarmiento e Laguna Amarga. O novo, de 80 km, totalmente ripiado, chega à portaria Serrano.

Dicas:

Comece cedo: Comece cedo suas caminhadas para garantir seu espaço nos lugares de camping. Este é um destino muito visitado. Um lugar agradável para dormir faz parte de um bom descanso.

Alimentos ricos em calorias: Não deixe de levar alimentos ricos em calorias para ter um bom aporte energético. É possível comprar comida nos refúgios, mas seu alto preço não é apto para todos os orçamentos.

Água potável: Você pode encontrar água na grande maioria dos setores do Parque Nacional Torres Del Parque. É pura, assim que não é necessário filtrá-la.


Dentes de Navarino











Se você tem o tempo contado, o mais recomendável é que escolha dar seus passos nas trilhas da "W" do Parque Nacional Torres del Paine. São 76,1 quilômetros que unem em quatro dias os pontos mais importantes do parque, como os rochosos caminhos que levam ao Mirante das Torres, o refúgio Cuernos e seus condores visitantes, o rumor incessante dos desprendimentos no glaciar Francês e a esperada conclusão no glaciar Grey.
Em condições ideais, você levará uma semana em completar os 93,2 km do circuito completo, também chamado "O". Embora seja possível começar desde o setor de Laguna Amarga igual do que no “W”, o “O” rodeia o maciço Paine percorrendo também o extremo norte, o que lhe oferecerá o privilegio de conhecer lugares como o Passo John Garner, o lugar mais alto do circuito, que com 1.350 mt tem uma vista privilegiada dos Campos de Gelo Sul.
Tem a chance de fazer excursões especiais? Conheça o vale de Pingo, um destino menos percorrido por viajantes no qual você poderá encontrar um lago com blocos de gelo e matas de lengas e coigües, um cenário fotográfico ideal se você é um caçador de imagens ou pratica avistamento de aves.


Como chegar:

DE AVIÃO: Desde Punta Arenas há vôos diários a Puerto Williams, ida e volta, de avião Twin Otter DHC-6 (pouco mais de uma hora) Se o céu está aberto, é possível ter uma excelente vista de altura da cordilheira de Darwin em Terra do Fogo.
barco
DE BARCO: Desde Punta Arenas há uma viagem por semana ida e volta a Puerto Williams (34 horas).

Dicas

Aberto só no verão: No inverno fica coberto de neve e as temperaturas são muito baixas.

Cuidado com o vento: Em zonas mais expostas, como o Hito 34, que mira ao Canal Beagle e à Laguna Los Guanacos, as lufadas podem causar uma queda ao precipício. Tente não aproximar-se demasiado. Conheça a guia do circuito em www.bienes.cl

Hitos: A marcação realizada pelo Ministério de Bens Nacionais do Chile considera um sentido de viagem, desde o hito um ao 38. Realizar a viagem na direção contraria significa maior dificuldade, especialmente na subida das ladeiras que são melhores de percorrer descendo. 


Parque Marinho Francisco Coloane


Desfrute do privilegio de cruzar as águas do Estrecho de Magallanes em busca das gigantes do mar, as baleias corcundas, conhecidas por seu amor às piruetas e sua complexa linguagem de sons.

Era conhecido que estes cetáceos migravam no Pacifico desde as águas cálidas de centro - America, onde se reproduzem, até as gélidas águas antárticas, onde se alimentam todos os verãos. Mas um grupo de científicos chilenos descobriu que alguns exemplares escolheram as águas da ilha Carlos III para alimentar-se ano trás ano. Quer dizer, migram juntas desde a linha do Equador, mas por alguma razão ainda desconhecida, algumas delas decidem ficar no estreito de Magalhães e outras continuam até a Antártica, convertendo assim esta zona no único lugar do hemisfério sul onde se alimentam baleias corcundas fora do continente branco.

Neste lugar já se registraram por volta de cem baleias corcundas, que são bastante fácil de ver, e não uma a uma, senão que vários exemplares, embora ninguém mais que elas possa garantir seu avistamento. Pode ser que elas queiram esperar até o ultimo momento de sua estância para pular e levantar da água seus corpos de 17 mt e 40 toneladas, e deixar você atônito com seu espetáculo, ou simplesmente vão nadar com calma resfolegando com forca a só um par de metros de sua embarcação.

No ano 2003 se declarou este lugar como a primeira Área Marinha Protegida do nosso país e se chamou Parque Marino Francisco Coloane. Na ilha existe um acampamento com domos ecológicos e toda a implementação básica para os turistas. Junto com isso, existe um centro de pesquisa e um observatório.

Como Chegar

De Barco:
 Ha duas alternativas: desde Punta Arenas podem levar você ao Farol San Isidro a embarcar num bote mediano, ou desde a mesma cidade podem aproximá-lo a Ilha Riesco e subir numa embarcação maior, sempre saindo aproximadamente às 07:00.


Caverna do Milodon











O complexo de três cavernas que forma a Caverna do Milodon é passo obrigado para muitos dos turistas que se hospedam em Puerto Natales, pois está localizada a somente 24 km deste lugar.

Tire uma fotografia lutando ferozmente com ele, ou uma mais doce dando-lhe um abraço de urso. O interesse paleontológico e o atrativo do Monumento Natural, cuja história começa com a descoberta de seus restos quase intactos no ano 1896, são tão reconhecidos como a beleza de Torres del Paine.

Se seu interesse está no campo das lendas, não deixe de explorar a porta de entrada à caverna desde gigante desaparecido, chamada “Cadeira do Diabo”. Dizem que o Milodon utilizava o rochoso lugar como trono e outros falam, em voz baixa, que era o mesmo Lúcifer quem o utilizava.

Para um panorama mais terreal, sugerimos que mire com atenção a vegetação da zona: é uma área de transição entre o estepe e a mata, e nela poderá ver arbustos típicos como o ñirre, o calafate e o romerillo. Também poderá desfrutar de um delicioso piquenique, já que a Corporação Nacional Florestal (Conaf) tem disponíveis lugares especificamente para isso.

Como Chegar:

De ônibus: Desde Puerto Natales é possível contratar um tour em ônibus de um dia que começa aproximadamente às 07:00 para visitar a Caverna do Milodon e depois realizar um passeio por alguns dos atrativos do Parque Nacional Torres Del Paine.

De carro: Desde Puerto Natales pegue a rota 9 por 16 k até o desvio sinalizado em direção ao caminho de rípio que leva ao mirante da gruta, depois de 8 km.

Dicas:

Trilha para pessoas com deficiências: Desde o ano 2009 existe uma trilha para que as pessoas com deficiências possam conhecer a caverna Se você viajar com crianças ou bebês, pode aproveitar estas instalações para que os mais jovens conheçam ao grande herbívoro desde a segurança e comodidade do carrinho.

De bicicleta: Pedalar até a guarida da besta do pleistoceno é uma boa idéia. A viagem de bicicleta desde Puerto Natales é curta, o caminho é amplo e a parte que é de rípio não tem muito desnível.

Mostra de cinema: A Mostra de Cinema da Patagônia reúne em fevereiro de todos os anos a diretores argentinos e chilenos que mostram seus melhores filmes na ótima tela da caverna onde morava o Milodon (é gratuito).

Ponto de começo: A Caverna do Milodon pode ser o ponto de começo de uma aventura. A Rota Patrimonial Milodon da Trilha do Chile conecta em 45 km a famosa gruta com a pouco conhecida e recentemente aberta entrada sul ao Parque Nacional Torres Del Paine.



Ilha Magdalena











Integre-se numa comunidade de 200 mil pingüins de Magalhães, compartilhe seu dia a dia e seja testemunha de como criam, comem e mergulham. Em Ilha Magdalena está a maior colônia nacional destas aves, caracterizadas pela formal vestimenta de sua plumagem e o caminhar algo lerdo em terra.

A diferença do que acontecia faz um par de anos, quando só chegavam ao lugar alguns poucos privilegiados em grandes cruzeiros, agora há companhias que viajam especificamente a esta ilha até três vezes por dia. Imperdível entre os destinos de Magalhães.

A experiência mais próxima dos pingüins que era possível viverem antes, saindo desde Punta Arenas, , era a visita às colônias do Seio Otway, que com sua aldeia de oito mil pingüins espalhados, dificilmente alcançava a densidade e complexidade que tem a “cidade” de aves que habitam na Ilha Magdalena.

A ilha está a 35 km de Punta Arenas e a travessia demora geralmente meia hora de navegação, dependendo do vento. Desde novembro a começos de abril, os pingüins fazem na terra seu criadouro de pintinhos e a muda de "vestuário” acontece no verão. Logo depois de que as crias crescem e mudam sua plumagem, os pingüins vão embora a águas um pouco mais quentes das de Magalhães.

Além de conhecer à população de pingüins - que cresceu num 60% desde que a Conaf chegasse no ano 1992- você terá o privilegio de ver, na Ilha Marta, uma colônia de lobos-do-mar e cormoroes imperiais. Estas aves, de postura erguida e longo pescoço, com suas extensas corridas de despegue e seu vôo em formação de “V” parecem hidroaviões com penas.

Como Chegar:

De barco: Há embarcações que vão à Ilha Magdalena desde Punta Arenas e saem perto das 07:00 da manhã e às 16:00 da tarde. Às vezes, por causa da quantidade de pessoas que visitam as pinguineiras, abre-se um terceiro horário de saída.

Dicas:


Preferência, pingüins: Se uma ou mais destas aves se interpõem no seu caminho pelos 800 metros de trilha que cruza a colônia, deve deixá-las passar, sem interromper o fluxo de sua movimentada vida que transcorre com uma ordem e uma estrutura que várias comunidades humanas invejariam.

Madrugar: Tente ir à excursão que sai mais cedo na manhã, porque mais tarde os pingüins começam sua visita ao mar para tomar banhos e alimentar-se, assim que a ilha poderia ficar mais vazia. Eles voltam na tarde.

Comprimidos para o enjôo: Lembre levar comprimidos para o enjôo. A viagem à ilha Magdalena é feito em embarcações semi-rigidas e às vezes pode ser movimentado e difícil, triplicando ou quadriplicando a meia hora que demora em condições ideais. Isso pode ser uma experiência desagradável para aqueles que não estejam acostumados ao mar.

Golfinhos e toninhas: Ao mesmo tempo, durante a navegação você poderá divertir-se com os golfinhos austrais e as toninhas, que geralmente acompanham às pequenas embarcações durante as viagens.




Puerto Edén











Deixe-se fascinar por este pequeno povoado, localizado nas proximidades do Parque Nacional Bernardo O'Higgins. Através de uma inesquecível navegação pelo arquipélago patagônico é possível chegar a esta singular vila na costa oriental da Ilha Wellington. Reconhecida pelo isolamento geográfico, sua população é de 250 habitantes e aproximadamente 15 deles são de origem kawéskar. É o ultimo reduto desde povo originário.

Caminhe pelas passarelas que substituiram às ruas neste assentamento onde a cultura aborígine e a vida no mar estão intimamente relacionadas. Embora seja possível percorrer, Puerto Edén praticamente num olhar, é um amplo paraíso com muitas possibilidades para a prática do esporte aventura. A pesca, o montanhismo e o caiaque são parte da história destas latitudes.

Desde aqui você pode visitar o glaciar Pío XI. Nasce em Campo de Gelo Sul e é o maior da América do Sul, com mil 265 quilômetros quadrados. Esta grande massa de gelo tem vários frentes. Um que dá ao mar, outro maior ao norte, e vários braços menores.

Conheça o artesanato kawéskar, como as cestas feitas de juncos e os botes de pele de lobo e casca de árvore. Embora muitos dos habitantes de Chiloé também as fabriquem, alguns poucos indígenas podem fazer estas maravilhas inclusive a pedido.

Puerto Edén é um lugar onde a vida de mar se leva com simpleza e se oferece hospitalidade aos visitantes.

Como chegar:

De barco: A Porto Edén só é possível chegar pelo mar. Desde Porto Montt, a viagem pelos canais dura dois dias. Desde Porto Natales, um dia. O transbordador zarpa desde Porto Natales nas sextas-feiras e desde Porto Montt, as terças-feiras.

Dicas:

Mexilhões: Os mexilhões são protagonistas da gastronomia de Porto Edén. São afumadas para comercializá-las. Os descendentes kawéskar ainda conservam receitas de pratos típicos.

Conheça às pessoas: Tente conhecer às famílias de Porto Edén. Nesta vila não existem hospedarias nem hotéis, mas várias pessoas recebem aos visitantes, inclusive recebendo como pagamento ajuda de algum tipo ou trocas.

Pergunte aos que sabem: Desde 1996, um guarda-parque do Parque Nacional Bernardo O’Higgins mora em Porto Edén e ele pode guiá-lo ou ainda melhor, acompanhá-lo se você planeja excursões nas proximidades.

Cuidado com a linguagem: Os kawéskar denominam aos não autóctones kstapón (chilote), jemmá (pessoas de pele branca) ou palscêwe (estrangeiros).

Somente serviços básicos: Este paraíso é selvagem e os serviços que oferece são muito básicos. Faz pouco tempo está disponível a telefonia satélite, os habitantes coletam água da chuva e há corrente elétrica só um par de horas por dia.


Cruzeiros a Puerto Williams e Cabo de Hornos











Zarpe desde Punta Arenas, navegando com destino a ilha Navarino e Terra do Fogo pelo Estreito de Magalhães. Conheça as proximidades do glaciar D’Agostini e surpreenda-se viajando pelo Canal Beagle, onde encontrará a “avenida dos glaciares”, com vista ao Itália, Francia, Espanha, Alemanha, Holanda e Romanche.

Pode que sua viagem o leve ao Seio Garibaldi, desde onde é possível ver os altos cumes da cordilheira de Darwin e admirar o belo glaciar que leva o mesmo nome. Finalmente ancore em Puerto Williams, o povoado mais austral do mundo.

Para viagens mais curtas, você pode sair desde Puerto Williams ao Parque Nacional Cabo de Hornos, Reserva Mundial da Biosfera, declarada pela UNESCO em 2005. Lá se encontra uma escultura que representa um albatroz em vôo, construída para honrar aos marinheiros que sacrificaram suas vidas navegando no inclemente clima desta rota.

No mesmo lugar se encontra a Estação Naval que custódia o farol deste solitário ponto do mapa, na pequena Capela Stella Maris. Ainda que você não acredite, também existe um pequeno escritório de correios, desde onde você poderá enviar uma carta com um selo postal desde o último ponto do continente americano.

Lembra também aos últimos yámanas na angra Mejillones, onde moraram os últimos cem representantes desta etnia, que depois de ser dizimada completamente, trasladou-se a Vila Ukika, nas proximidades de Puerto Williams.

Dicas:

Cruzeiros a vela: Viva a aventura de navegar desde Puerto Williams em cruzeiros a vela que viajam com destino à península Antártica, Cabo de Hornos e aos glaciares de Terra do Fogo. Pelas condições do mar, os zarpes são de novembro a maio.


Roupa adequada: Não esqueça levar bons sapatos, roupa impermeável e abrigadora. Lembre que o objetivo principal destes cruzeiros é explorar, assim que as caminhadas entre matas e chuva são abundantes. Além disso, os descensos em bote-zodiac podem ser muito frios, não esqueça seu gorro e luvas.

Souvenires: O espaço a bordo de um cruzeiro geralmente é limitado. Leve só quanto for necessário para os dias que dure sua viagem e não encha suas malas. Assim poderá levar comodamente os presentes que possa comprar nos mesmos cruzeiros, Em Puerto Williams e em Punta Arenas.

Viajar aprendendo: Estes cruzeiros são considerados de exploração. Neles a vida noturna é escassa e abundam as palestras temáticas sobre exploradores, piratas, povos originários -especialmente os povos navegantes que percorriam estes mares- e aulas para aprender a fazer nós.


Não perca os simulacros de segurança: A diferença do que acontece em outros lugares do mundo, estes gélidos extremos do continente americano estão muito longe de portos ou cidades, pelo que diante de uma situação de perigo os protocolos de emergência são específicos e rigorosos.



Leia Sul da Patagônia parte I


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